Perdeu o 1º Fashion Questions? Leia aqui trechos do bate-papo que aconteceu durante o evento na última sexta-feira 19, durante o lançamento do 1º MBA em Direção Criativa em Moda do Brasil:
Bate-papo com Natália D’Ornellas (editora do Caderno Pandora- Jornal O Tempo), Jane Leroy (coordenadora do MBA e empresária de moda), Heloísa Aline (jornalista e consultora de comunicação para marcas de moda mineira), Titita Mota (jornalista de moda e assessora de comunicação), Mariana Tavares (pesquisadora e autora na área de moda), Thereza Scofield (pesquisadora, designer de bolas e comunicadora), Patrícia Lisboa (empresária e professora de negócios da moda) e Luis Cláudio (estilista da grife Apartamento 03).
“A velocidade de produção e consumo é que está trazendo à cena imagens horríveis como as do trabalho escravo para produção de roupas como no recente caso Zara no Brasil” Aldo Clécius.
“Tem roupa demais e o mercado, na verdade, consome menos do que se produz no mundo todo”. Titita Mota.
“E há uma diferença entre moda e roupa”. Aldo Clécius.
“Sinto falta de moda, ultimamente tenho ficado com tédio. Tudo parece igual”. Natália D’Ornellas.
“Acho que moda mesmo, autoral como a do Luís Cláudio, está cada vez mais raro”. Thereza Scofield.
“Falta profissionais em outras áreas, todos só querem ser designers e a gestão é muito importante em moda”. Titita Mota.
“Não podemos esquecer que moda é mercado, tem que gerar lucro” Jane Leroy.
“Percebi a importância do business com tempo, tenho que vender, minha ideia tem que parar no guarda-roupa de alguém. Mas a moda também é encantamento, sonho, magia e eu trabalho pensando nisso”. Luís Cláudio.
“Acho um grande dicotomia esta discussão entre moda e arte. Às vezes ela é comercio, às vezes arte, outras vezes as duas coisas e as vezes nenhuma delas”. Thereza Scofield.
“Falta o fazer moda com paixão, pesquisar superfície, resgatar o valor manual e trabalhos artesanais de se modificar o tecido, àquelas roupas que a gente não dá e não se desfaz dela pelo valor da feitura”. Mariana Tavares.
“Hoje o mercado está muito exigente, as marcas participam de várias feiras de negócio e tem que vender um volume absurdo para conseguirem lucro.” Heloísa Aline.
“Tenho a impressão que falta cada marca e criador buscarem qual sua turma. Refiro-me ao público-alvo e ao estilo de vida e aí é que entra a direção criativa de moda. Nunca vai faltar espaço para o talento”. Aldo Clécius.
“Acho que quando se tem uma identidade não temos que nos preocupar com a falsificação, com o mercado de massa ou com os Chineses”. Thereza Scofield.
“Tenho visto trabalhos interessantes entre os novos talentos. Acho que esta geração nova pode resgatar o valor da moda, com técnica e muita pesquisa de materiais” Mariana Tavares.
“Eu sempre digo a quem está começando: observe aprenda, conheça a realidade do chão de fábrica. Acho moda uma profissão difícil, mas nenhum de nós trabalharia com ela se não fôssemos apaixonados. Tem sempre espaço para o talento, realmente”. Heloísa Aline.
“Mas falta pensar em outras áreas da moda como as finanças. Tem que saber o custo real de produção, como colocar preço na peça, ter controle dos balanços. A área de finanças pode parecer chata mais é essencial para moda”. Patrícia Lisboa.
“Ai está um mercado com muita oportunidade na moda. Marketing e gestão precisa de profissionais que entendam sobre moda e criatividade”. Jane Leroy.
“E ainda tem as modelistas, hoje ninguém quer ir para os bastidores da moda, mas é uma área carente de profissionais”. Heloísa Aline.
“E uma boa modelista tem seu valor no mercado de hoje. O MBA em Direção Criativa de moda tem a pegada de formar estes dois lados, criativo e de gestão?” Titita Mota.
“O programa nasceu justamente desta filosofia, quem cria precisa entender de gestão e quem administra moda precisa entender como é o processo criativo”. Aldo Clécius.
“Acho importante pensarmos como o design brasileiro vai se posicionar no mercado atual. É preciso criatividade, mas pensar na gestão”. Mariana Tavares.
“Acho que o futuro da moda passa por esta compreensão, do mercado como um todo. Hoje o design de moda, se entendido o sentido da direção criativa, pode expandir sua área de atuação. Acho que a moda serve de base para desenvolver todo tipo de produto, mas é preciso saber qual seu DNA, ter uma identidade forte”. Aldo Clécius.
“Vejo o futuro da moda no resgate da memória, do valor agregado à peça, de uma pesquisa que resulte num produto que tenha uma verdade criativa, acho que daí o crescimento do valor das peças artesanais e a cultura de brechó. O próprio consumidor vai criando o diferencial entre tanta coisa ruim e fast” Mariana Tavares.
“Tenho péssimas visões do futuro. A Topshop vai dominar o mundo (risos). Mas tomei uma decisão, só uso peças vintage ou autorais. Acho que o futuro está aí”. Natália D’Ornellas.
“Acho que o nicho de mercado é o futuro. Quando criei a marca plus size pensei em um público específico. Todo criador tem de achar o seu”. Jane Leroy.
“As redes sociais e a tecnologia estão aí. A comunicação junto com o resgate da autoria é o futuro da moda”. Titita Mota.
“Fico preocupada com a proliferação de semanas de moda e feiras do setor, mas acho que há muitas áreas em expansão da moda. O marketing é uma delas”. Heloísa Aline.
“Acho que a comunicação é importante, mas chamo atenção para pesquisa, sem ela não temos diferencial na moda. Acredito que o futuro está em integrar comunicação, pesquisa e criação”. Thereza Scofield.
“Acho que a gente tem que olhar para o universo que nos interessa; fazer roupas criativas, mas que também vendam. Este, para mim, é o futuro da moda”. Luís Cláudio.
“Creio que identidade, autoria, tecnologia, pesquisa de materiais, comunicação, gestão integrada à criação e a sustentabilidade são questões fundamentais para se pensar o futuro da moda”. Aldo Clécius