Depois de uma reportagem denunciando a condição de imigrantes peruanos trabalhando nas subsidiárias da Zara no Brasil com trabalho semi-escravo, a empresa resolveu anunciar algumas medidas para conter a crise na imagem. Na tarde desta segunda-feira 19/09, o representante do grupo Inditex, do qual a empresa de confecção Zara faz parte, Jesus Echevarria, afirmou que os casos de trabalho escravo revelados numa investigação do Ministério Público do Trabalho de São Paulo ferem os princípios e os interesses do grupo.
A afirmação aconteceu durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara em São Paulo. Durante seu pronunciamento, disse que a Zara desconhecia o trabalho semi-escravo e anunciou medidas para contornar a crise:
Foi criado um número 0800 770 9242 para ouvir casos de denuncias desta prática por subsidiárias no Brasil. Segundo Jesus, ainda hoje este serviço entraria em funcionamento.
Outra medida anunciada foi o fortalecimento e monitoramento da cadeia têxtil acompanhando mais de perto a produção das peças.
Ainda no pacote, anunciou que estão preparando um programa de capacitação de fornecedores e um manual de boas práticas para indústria têxtil.
As oficinas que foram denunciadas na reportagem foram fechadas pelo Ministério do Trabalho. Segundo o auditor-fiscal Luís Alexandre de Faria, que coordenou a investigação que flagrou a prática de trabalho escravo por empresas terceirizadas pela Zara, os maiores problemas com relação a trabalho escravo no Brasil estão diretamente ligados às cadeias de produção nas áreas de vestuário e da construção civil.
Entenda o caso (veja reportagem abaixo):